O JOVEM E REVOLUCIONÁRIO TÉCNICO DE EDUCAÇÃO

 

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CÂMARA TORRES - Uma biografia
(Livro digital)
TRABALHO ELABORADO POR SEU FILHO,
MARCELO CÂMARA.

O PERCURSO EXISTENCIAL E PROFISSIONAL
DE JOSÉ AUGUSTO DA CÂMARA TORRES
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CENTENÁRIO DE CÂMARA TORRES

1917  – 2017
José Augusto da Câmara Torres
(* Caicó, RN, 1917  – † Niterói, RJ, 1998)
Jornalista, Educador, Advogado, Político
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CAPACIDADE E TALENTO
OUSADIA E REVOLUÇÃO

O EDUCADOR QUE TRANSFORMA UMA REGIÃO
COM CIÊNCIA, TÉCNICA E TRABALHO.


A edição de 13 de julho de 1940, o jornal A Noite, do Rio de Janeiro, divulgava uma lista de nomes que tiveram suas inscrições aprovadas, pelo Departamento de Administração do Serviço Público – DASP, da União, para o Concurso de Provas e de Títulos para provimento em cargos da classe inicial da carreira federal de Técnicos de Educação, do Ministério da Educação. O Distrito Federal - DF, a Cidade do Rio de Janeiro, trazia o maior número de candidatos. Por isto a maior concorrência. E entre eles, estava o nome do Professor, de 23 anos, José Augusto da Câmara Torres. Com ele, tiveram suas inscrições aprovadas: Adonias Filho, Gladstone Chaves de Melo, Walter Toledo Piza e Paulo de Almeida Campos, este, mais tarde, seu colega na Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro e dileto amigo por toda a vida. Os outros inscritos eram dos Estados de São Paulo e Minas Gerais em quantidade bem inferior.

A tese (monografia) de José Augusto, Educação Moral e Cívica, teve a sua defesa oral feita na noite do dia 24 de agosto de 1940, aprovada pela Banca Examinadora, seguida da apresentação de outro candidato, José Figueiredo Costa, fundador e diretor do futuro Colégio Figueiredo Costa, que funcionou, por décadas, no Bairro de Santa Rosa, em Niterói. Na noite seguinte, a 25 de agosto, o Prof. Paulo de Almeida Campos, defendeu, oralmente, a sua tese também aprovada. Mas, não se sabe por que, tanto José Augusto como Paulo desistiram do concurso federal e não tomaram posse.

Quanto a José Augusto, certamente, a proximidade da data do seu casamento no Rio Grande do Norte, o projeto de morar em Niterói com sua mulher, bem como, os seus estudos universitários, suas atividades como professor e jornalista, de dirigente de instituições culturais e religiosas, enfim, toda a sua vida social e profissional na capital fluminense, onde se radicara desde os quatorze anos, levaram-no a desistir do emprego, cargo e função federal, preferindo concorrer para a mesma carreira, cargo e função, mas como Técnico de Educação do Estado do Rio de Janeiro, em certame semelhante, promovido quatro anos depois, pelo Governo fluminense, para o qual deveria servir dentro do seu território. 

   7..3.1940                 18.5.1940                    11.6.1941

Ocorreu que, a 31 de março de 1942, três meses após o seu casamento, Câmara Torres é nomeado pelo Interventor Federal Amaral Peixoto para exercer, “interinamente, o cargo de Técnico de Educação, em virtude de vaga existente na lotação; devendo ter exercício no Departamento de Educação – Secretaria de Educação e Saúde”. A edição de 2 de abril do jornal carioca A Noite deu a notícia do Ato, publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Em seguida, a edição de O Fluminense, de 3 de abril de 1942, divulga Ato de 2 de abril, do Chefe do Departamento de Educação, Rubens Falcão, “designando o técnico de Educação, José Augusto da Câmara Torres, para ter exercício na 1ª Região Escolar, com sede em Angra dos Reis”. Toma posse e entra em exercício no dia seguinte, 3 de abril de 1942. O Secretário de Educação é o Professor Ruy Buarque.


O Professor José Augusto vai, por determinação do Chefe do Departamento de Educação, a Angra dos Reis e a Paraty, Mangaratiba e Rio Claro (na época, Itaverá), visita o Extremo Sul do Estado e assume a Chefia da Inspetoria Escolar da 1ª Região Escolar, que abrangia aqueles municípios. Parece um ensaio, um teste para o jovem professor e ainda acadêmico, no quarto ano de Direito. Isto porque o cargo e as funções daquela Chefia, com sede em Angra, eram um verdadeiro castigo, uma punição, um degredo funcional, a quem, nomeado, para lá fosse, pois a Região era isolada, sem infraestrutura, os serviços públicos, mínimos, as comunicações, precaríssimas, quase inexistentes, com a Capital e com os demais municípios do Estado. Somente a 13 de maio de 1943, um Ato do Interventor Federal “resolve considerar designado, a partir de 1º de janeiro” daquele ano, o Técnico de Educação na Chefia da 1ª Região. Redundante e insolitamente, a nomeação “interina” é ratificada a 24 de fevereiro de 1945.

A 19 de março de 1945, Ato do Interventor o nomeia formalmente o Técnico de Educação para Chefe da Inspetoria assumida e exercida desde 1942. Toda esta parafernália de Atos, interinidades, nomeações, considerações de designações – certamente, deveu-se à conjuntura política e consequentes injunções e interesses não republicanos que permeavam uma Interventoria do Estado Novo.

A 6 de novembro de 1945, Câmara Torres recebe do Governo do Estado, o “Certificado de Habilitação (...) para provimento de cargo de carreira de Técnico de Educação”, possibilitando que ele fosse nomeado como servidor efetivo, do “Quadro Permanente”, após rigorosíssimo Concurso Público de Provas e Títulos, com aprovação da Tese, A Inspeção Escolar na Escola Primária, e sua defesa oral, aprovada por unanimidade pela Banca Examinadora, da qual fazia parte o então Padre Hélder Câmara. Para se ter uma ideia do nível dos examinadores, segundo comentários feitos à época, o padre Hélder Câmara "era o intelectual mais modesto, de menor lustro, entre os componentes da Banca". Ao certame, cujo Edital foi publicado em 1940, mas realizado somente em 1944, no qual José Augusto foi classificado em 5º lugar, acorreram mais de uma centena de candidatos, muitos vindos de outros Estados. Assim, somente em 1945 ele é nomeado “Servidor Efetivo do Quadro Permanente da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro”. Paulo de Almeida Campos também foi aprovado no mesmo concurso e fez carreira com Câmara Torres. 

O jovem, destemido e ousado Técnico de Educação liderou e promoveu uma verdadeira revolução no Ensino Público no Extremo Sul do Estado, conforme está destacado, em outra página desta biografia, no texto Câmara Torres e o Estado do Rio de Janeiro.

EM ANGRA,
O CHEFE DA INSPETORIA ESCOLAR
O EDUCADOR , ORADOR DE TODOS OS EVENTOS

AS GRANDES REALIZAÇÕES.

A 3.4.1942, chegara sozinho a Angra, tomava posse no cargo e função de Chefe da 1ª Inspetoria de Ensino do Estado do Rio de Janeiro. Começa a trabalhar de maneira intensa. Rapidamente, se integra à sociedade, é muito bem aceito por todos os angrenses, população e governo.


Angra dos Reis, 27.6.1943. Aniversário do Prefeito Moacyr de Paula Lobo, de pé, ao centro, de terno cinza, com a esposa Abgail. . Na foto da reunião com parentes e amigos, da esq. p/ dir.: Francisco (Chiquito) Rocha;
Lincoln Salazar, futuro Vereador e chefe da UDN local, com a filha Ana Maria ao colo;
O Prof. Câmara Torres é o terceiro da dir. p/ esq, de terno escuro.

(Acervo Marcelo Câmara)



Em dezembro de 1942, ainda residindo em Niterói,  José Augusto leva Tudinha a Angra,
para conhecer a cidade onde iriam viver.  A primeira filha, Marta,
nasceria na Capital, em julho do ano seguinte.

(Acervo Marcelo Câmara)

No segundo semestre de 1943, a Família – José Augusto, Tudinha e Marta, a primeira filha, nascida em Niterói dez meses antes –  chega a Angra dos Reis e vão morar no Palace Hotel, do casal alemão José e Helena Riegert.


A partir de 3.4.1942, o Técnico de Educação tem a sua residência funcional e provisória no Palace Hotel,
em Angra dos Reis. A família Nóbrega da Câmara Torres chega no ano seguinte.

(Acervo Marcelo Câmara)

Resumo das realizações de Câmara Torres
como Técnico de Educação e Chefe da Inspetoria
da 1ª Região Escolar
– Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba –
de 1942 a 1955


(Pontos anunciados no texto Câmara Torres e o Estado do Rio de Janeiro, integrante desta biografia)

  • Revoluciona métodos e reestrutura o Ensino na Região, dando-lhe nova dimensão humana, técnica, profissional e material, projetando-o para o futuro.
  • A Administração Escolar torna-se moderna, ágil e eficiente.
  • Adquire prédios, que passam a ser de propriedade do Estado, para a minguada “rede” pública, então existente, de Ensino Básico na Região, toda alugada a particulares. Constrói o patrimônio físico da Educação Pública no Extremo Sul Fluminense.


Na foto, ao centro, o Técnico de Educação Câmara Torres, e sua esposa, a Profa. Gertrudes,  em 1944,
na entrada do Palace Hotel, em Angra dos Reis, onde moravam, com as mestras
do Grupo Escolar Lopes Trovão  e de todo o Município.

(Acervo Marcelo Câmara)

  • Triplica o número de matrículas de crianças na escola.
  • Triplica o número de escolas públicas, em prédios próprios estaduais ou em parceria com os municípios.


Por volta de 1944, o “Doutor José”, dois anos após assumir a 1ª Região Escolar, somente em Angra, Paraty
e Mangaratiba, aumenta,  significativamente, o número de escolas urbanas e rurais, equipa as unidades
e multiplica o número de matrículas. Traz professoras de outros municípios, e até de outros Estados,
para lecionar na Região, a fim de que não existam crianças sem escola, escola sem professoras
regularmente lotadas, digna e maximamente, remuneradas, dispondo de equipamentos
e de material didático e pedagógico necessário. Este era o norte do novo Técnico de Educação.

(Acervo Marcelo Câmara)
  • Em virtude da escassez crônica de professoras, o Técnico de Educação convidava, através de correspondência, de contatos, de anúncios que publicava, gratuitamente, em jornais da Cidade do Rio de Janeiro (Distrito Federal), que tinham circulação nacional, e de Niterói, e até de outros Estados, graças ao seu prestígio de jornalista e intelectual – profissionais formados e experientes para dirigir escolas rurais e praianas no Extremo Sul do Estado. Exemplos estão nos fac-símiles das notas que vão abaixo, mandadas publicar pelo Doutor Câmara Torres em jornais da Cidade do Rio de Janeiro:



Diário de Notícias
, RJ, de 4.6.1950.

(Imagem: FBN - Acervo Marcelo Câmara)



Diário de Notícia
s, RJ, de 11.5.1951.

(Imagem FBN - Acervo Marcelo Câmara)


Diário de Notícias, de 15.4.1952

(Imagem: FBN - Acervo Marcelo Câmara)

Tribuna da Imprensa, RJ, de 16.4.1952.

(Imagem: FBN - Acervo Marcelo Câmara)



A Noite
, de 16.4.1953.

(Imagem: FBN - Acervo Marcelo Câmara)



Diário de Notícias
, de 5.5.1953.

(Imagem: FBN - Acervo Marcelo Câmara)

                    
Esse foi um dos recursos utilizados pelo Doutor Câmara para em funcionamento dezenas de escolas no Extremo Sul Fluminense: lotando-as com professoras capacitadas originárias de outros Municípios e Estados. Para ele, era inadmissível não ter escolas e, se elas existiam, não haver professoras para lecionar.
  • Planeja, constrói, equipa, lota com pessoal capacitado, originário da Região, de outros municípios, e até de fora do Estado, e mantém, toda a Rede Pública Básica de Ensino Primário da Região, urbana e rural, existente até hoje. A União dos Professores Primários Estaduais do Estado do Rio de Janeiro - UPPE, em sua reunião de 9 de novembro de 1946, aplaudiu o exemplar e bem-sucedido trabalho do Técnico de Educação, Prof. Câmara Torres, em atrair, através até de anúncios em jornais de outros Estados, professores para lecionar no Extremo Sul Fluminense, com o objetivo de não permitir que escolas permanecessem fechadas, que nenhuma criança, das áreas urbanas e rurais, ficasse sem ensino. Constrói os grandes Grupos Escolares nos distritos dos municípios, inclusive levando, heroicamente, pela primeira vez, a Educação aos pontos mais distantes, às localidades e vilas isoladas, como ilhas, praias, restingas e fiordes longínquos, costeiras de difícil desembarque, campos, serras e várzeas, áreas e grotões antes inacessíveis à Educação Pública. Nesta empreitada civilizatória estão incluídas as “as escolas isoladas”, “as de difícil acesso” de toda a Região e "as escolas oceânicas de Paraty”. 


Em 1944, o Doutor Câmara, residindo em casa alugada, chefiava a 1ª Região Escolar
e advogava em Angra e Região. Foi seu único endereço na Cidade enquanto lá viveu com a família
.

(Acervo Marcelo Câmara)

    • Estabelece, com extrema ousadia e competência técnica e científica, moderna Administração Escolar, Pedagogia e Didática de vanguarda, inaugurando ainda a realização de eventos de periodicidade regular, enriquecedores da Educação e para a Cultura da Região como: o estabelecimentos de Caixas Escolares; Associações e Pais e Mestres; reuniões com líderes comunitários; palestras sobre a Cultura local, regional e nacional, dirigidas aos Corpos Docente e Discente, proferidas pelo Técnico Escolar e por especialistas que ele trazia à Região; realização de exposições de trabalhos escolares (textos, projetos, maquetes, peças de arte e artesanais etc.); promoção de eventos culturais vinculados à Cidadania, à consciência e responsabilidade sociais;
    • Implanta a Merenda Escolar em toda a Região, até então inexistente.
    • Em 1942, ainda no antigo e precário prédio do Grupo Escolar Lopes Trovão, sediado no Centro de Angra dos Reis, alugado pelo Estado a particulares, cria Coro Orfeônico Padre Júlio Maria, formado por meninas estudantes, que passa a abrilhantar os eventos cívicos e culturais da cidade. Anos depois, graças ao trabalho da sua abnegada e ilustrada esposa, a Professora Gertrudes Nóbrega da Câmara Torres, e da sua auxiliar, Professora Godiva Freire, o Coro se afirma e progride admiravelmente.


    Já em 1942, Câmara Torres planeja e realiza o desfile escolar de Sete de Setembro, Dia da Pátria,
    nas ruas de Angra dos Reis. Nos anos seguintes, o desfile se transformará  em escolar e militar,
    com a participação da unidade de formação da Marinha no Município. Na foto, ele, pessoalmente, coordena
    o desfile, colocando-se entre as fileiras de alunos do Grupo Escolar Lopes Trovão,
    instalado, ainda, num antigo prédio alugado da Rua do Comércio.

    (Acervo Marcelo Câmara)
    • Em dezembro de 1942, pronuncia marcante discurso ao Professorado do Extremo Sul Fluminense, autoridades, alunos e povo de Angra dos Reis, quando presta contas de sua atuação como Técnico de Educação e Chefe da 1ª Inspetoria Escolar, após um ano de trabalho.


    Em meados da década de 1940, Câmara Torres já administrava quase uma centena de escolas na Região,
    triplicando o número de unidades e de crianças matriculadas. Na foto, uma reunião de trabalho
    com as mestras de todo o Extremo Sul Fluminense..

    (Acervo Marcelo Câmara)

    • A 28 de dezembro de 1944, faz pronunciamento no Distrito de Itacurussá, Mangaratiba, no qual apresenta a realidade e as demandas da Educação na localidade e no Município, durante visita do Interventor Amaral Peixoto. Ao final, muito aplaudido, obteve do Chefe do Executivo a promessa de “construção, no ano seguinte, de um moderno Grupo Escolar para a infância de Itacurussá”. E assim se deu.


    As obras do Grupo Escolar Lopes Trovão em junho 1944.

    (Photo Film Fluminense/Angra dos Reis - Acervo Marcelo Câmara)



    Março de 1945. Final das obras no Grupo Escolar Lopes Trovão: 
    pinturas, acabamento, rede elétrica, testes sanitários, calçadas.

    (Photo Film Fluminense/Angra dos Reia - Acervo Marcelo Câmara)



    1945. Operários que, sob a supervisão do Técnico de Educação, Dr. Câmara Torres,
    concluem, em Angra dos Reis, a obra 
    do Grupo Escolar Lopes Trovão,
    a maior escola pública do Sul Fluminense.

    (Photo Film Fluminense/Angra dos Reis - Acervro Marcelo Câmara)


     1º.6.1945. O Interventor Amaral Peixoto (o 4º da esq, p/ dir., de terno escuro) chega a Angra dos Reis
    para inaugurar o Grupo Escolar Lopes Trovão, à época "a maior escola pública da Região".
    Câmara Torres é o último à dir. na 1ª fila.

    (Acervo Marcelo Câmara)
      • Planeja, constrói e inaugura os Grupos Escolares das sedes dos municípios de Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba, respectivamente, os Grupos Escolares: Lopes Trovão, Samuel Costa, Fagundes Varela e Coronel Moreira da Silva.


      Paraty, 1947. Câmara Torres (o 1º de terno da dir. p/ esq.) com os operários
       que construíam o Grupo Escolar Samuel Costa.

      (Acervo Marcelo Câmara) 

      •  Foi o responsável, também, pelos Grupos Escolares: Presidente Benes (inaugurado em 10.6.1944), de Lídice, e Alfredo Pujol (inaugurado em 4.8.1948), de Passa Três, ambos Distritos de Rio Claro. Designa professores para todas essas unidades, colocando-as em pleno funcionamento. Eram as maiores e mais bem equipadas escolas da Região, e estavam entre as mais modernas do Estado, com pessoal, equipamentos, atividades regulares e extra-classes modelares, as mais avançadas e eficazes, para a época, no Estado.


      18.11.48. Em Paraty, o Governador Macedo Soares hasteia a Bandeira Nacional, 
      na cerimônia de inauguração do Grupo Escolar Samuel Costa.
      À esq., o Chefe da 1ª Região Escolar, Professor Câmara Torres.

      (Acervo Marcelo Câmara)

      • Planeja e realiza cursos para o professorado, exposições de trabalhos de alunos e professores, diversos eventos técnicos para o corpo docente das escolas, entre eles as célebres “Semanas de Estudos Pedagógicos”, que deixaram marcas na História da Educação da Região. 


        O respeito, a consideração e a cordialidade eram ferramentas para o excelente relacionamento
        do Técnico de Educação com o Professorado da Região.

        (Acervo Marcelo Câmara)

        • Cria e executa o programa Uma biblioteca em cada escola, e as “hortas escolares” e cursos pré-profissionalizantes em boa parte das escolas rurais.


        Câmara Torres reúne, na segunda metade dos anos de 1940, todos os alunos
        do Grupo Escolar Lopes Trovão  em frente ao tricentenário Convento do Carmo, de Angra dos Reis,

        numa foto afetiva e histórica.
        (Acervo Marcelo Câmara)

        • Promove intercâmbios entre as escolas da Região: alunos que se visitam reciprocamente em passeios culturais. Na verdade, uma adaptação local das inovadoras “Excursões Culturais”, nascidas no Chile, no início do Século XX, adaptadas e implantadas no País por Rubens Falcão pioneiramente. Câmara Torres promove essas “Excursões Culturais”, intercâmbio entre corpos docente e discente de escolas de municípios da sua Inspetoria com escolas de outras regiões do Estado. 


        1948. O Secretário de Educação, Leonel Homem da Costa, de terno cinza,
        o Diretor do Departamento de Educação, Rubens Falcão, de óculos escuros,
        e o Técnico de Educação Câmara Torres, o último à dir.,
        visitam uma escola em Niterói. Na pauta, o ensino e a prática da Educação Física.

        (Acervo Marcelo Câmara)


        Rubens Falcão foi diretor do Departamento de Educação da Secretaria de Educação e Cultura, dos Governos Amaral Peixoto e Macedo Soares, e, em seguida, Secretário de Educação e Cultura, do Governo de Miguel Couto Filho. Foi um técnico de tamanha capacidade intelectual, profissional, administrativa, capaz de ser o executivo da Educação de três governos estaduais sucessivos, indene às disputas políticas e à concorrência por cargos.


        Câmara Torres em 1952, paraninfo da primeira turma de professoras formadas
        em Angra dos Reis. O educador ajudou a fundar, no Município,
        o Ginásio e a Escola Normal.

        (Acervo Marcelo Câmara)

        • Ajudou a criar, a manter e desenvolver ginásios e cursos de segundo grau, públicos e particulares, em Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba.
        • Planeja e organiza dezenas de eventos cívicos e educacionais, de caráter sociocultural, que agrega e estimula o diálogo e o intercâmbio entre as escolas, professores, alunos e comunidades.

        Balanço dos onze anos do “Doutor José Augusto
        na Chefia da Inspetoria da 1ª Região Escolar do Estado do Rio de Janeiro.


        Uma revolução de ciência, técnica, vanguardas, competência, idoneidade e progresso,
        na Educação Pública do Extremo Sul Fluminense;

        (Acervo Marcelo Câmara)

        Em julho de 1954, estavam matriculados nas escolas estaduais de Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba, 7.000 crianças.

        Dois exemplos localizados de desenvolvimento
        do Ensino Primário e Pré-Primário
        no Extremo Sul Fluminense,
        na administração de Câmara Torres.

        1. Em Paraty, em 1942, havia 3 escolas estaduais e 400 alunos matriculados. Em 1952,  passaram a ser treze escolas estaduais e 1.500 alunos matriculados. Somente de 1942 a 1945, foram criadas e equipadas as Escolas: da Graúna, do Corumbê, do Fundão, da Itatinga e do Bananal. Em 1945, eram 30 professoras trabalhando e quase 1 mil crianças estudando. Abriram-se Cursos Noturnos nas Escolas de Tarituba, Graúna, Bananal e na Cidade, onde mais de 150 adultos foram alfabetizados. Iniciou-se a construção do Grupo Escolar Samuel Costa, e a casa da sua diretora, anexo à nova escola, ideia, luta, projeto e acompanhamento de Câmara Torres. Ainda, em 1945, já havia sido criada a Escola da Praia Grande em prédio novo e próprio, em substituição a uma escola, também criada pelo Técnico, dois anos antes, mas ainda em condições insatisfatórias. Inaugurou as turmas de Jardim de Infância nas escolas com espaço e professores habilitados. Em setembro de 1947, dos sessenta e três municípios do Estado do Rio de Janeiro, Paraty possuía mais escolas e professoras do que dezoito deles. Em 1942, Paraty era o município com menor número de escolas e professoras do Estado.
        2. Em Itacurussá, Distrito de Mangaratiba, em 1942 o Técnico de Educação encontrou apenas 140 crianças matriculadas. Em setembro de 1950, eram 710.
        ________________________________________________________________


        • De dezembro de 1946 a outubro de 1953, o Técnico de Educação Professor José Augusto da Câmara Torres foi várias vezes designado pelo Secretário de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, para: inspecionar Escolas Normais e Ginásios, inclusive provas e exames, em Niterói, Barra Mansa, Resende, Itaperuna e Angra dos Reis; e integrar Comissões de Apreciação de Trabalhos Intelectuais apresentados por professores em Concursos de Remoção do Magistério Pré-Primário e Primário.


        Segunda metade da década de 1940. Na 1ª Região Escolar, com a administração do Técnico de Educação Câmara Torres, as celebrações cívicas,  como o Dia da Pátria, o Dia da Bandeira,
        a Proclamação da República, passaram a constar do calendário de todos os Municípios,
        com desfile dos estudantes, hasteamento da Bandeira, execução e canto dos respectivos hinos etc.
        Na foto, alunos do Grupo Escolar Lopes Trovão desfilam pelas ruas de Angra dos Reis no Sete de Setembro.
         
        (Acervo Marcelo Câmara)

        • Em 1948, foi designado pelo Secretário de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, na condição de Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar, com sede em Angra dos Reis, para atuar como Assessor das Comissões de Estudos da II Reunião Semestral de Prefeitos, realizada em Niterói, de 29 de setembro a 6 de outubro daquele ano.
        • De 1942 até 1955, o Técnico de Educação Doutor José Augusto da Câmara Torres é designado para integrar diversas Comissões de Inquérito, no âmbito da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Todos os trabalhos foram executados com autoridade, proficiência e exação pelo Técnico, que elogios recebeu dos seus superiores. (Todas as designações foram publicadas no DOERJ)

          Outros registros da trajetória do Técnico de Educação

          • Na tarde de 12 de abril de 1942, o Técnico de Educação e Chefe da 1ª Região Escolar, Doutor José Augusto da Câmara Torres, chega, de lancha, a Paraty pela primeira vez.
          • Na noite de 13 de maio de 1942, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal, o Técnico de Educação promoveu Sessão Solene, a fim de dar posse à nova Diretoria da Caixa Escolar de Angra dos Reis e comemorar a Libertação dos Escravos. A Sessão teve a Presidência do Prefeito Municipal, Dr. Moacyr de Paula Lobo. 
          • Na noite de 5.12.1942, o Técnico de Educação Câmara Torres organiza, na Prefeitura, uma, até então inédita, Exposição de Trabalhos dos Alunos do Grupo Escolar Lopes Trovão. A mostra, anual, irá ocorrer anualmente, até 1954, quando, licenciado, se elege para o primeiro mandato de Deputado Estadual.


          A Exposição dos alunos do Grupo Escolar Lopes Trovão, em 1942,
          foi uma novidade na vida escolar de Angra e Região.

          (Acervo Marcelo Câmara)

          • A 6.12.1942, o Professor Câmara Torres e o Prefeito Moacyr de Paula Lobo oferecem, no Palace Hotel, um Almoço de Confraternização do Professorado Estadual do Município de Angra dos Reis.



          Parada da Roça em Paraty, realizada a 7.9.1943. Cerca de 350 crianças matriculadas
          no grupo escolar da cidade, em duas escolas estaduais rurais e outras duas municipais rurais. 
          O desfile foi uma novidade que já identificava a administração de Câmara Torres
          na Chefia da 1ª Região Escolar do Estado.

          (Acervo Marcelo Câmara)

          • A 7.10.1943, o médico, Doutor Walter Madeira, Presidente da Liga Angrense de Futebol – LAF, envia Ofício ao Professor José Augusto da Câmara Torres, Chefe da Inspetoria Escolar, do Extremo Sul Fluminense, registrando que a LAF congratulava-se com o Técnico de Educação “pela valiosa interferência” junto ao Senhor Amaral Peixoto, a fim de que a entidade recebesse subvenção destinada à construção do campo de esportes na cidade. Destaca o Presidente que a ação de Câmara Torres “em prol do empreendimento veio tornar realidade os anseios dos desportistas da terra de Lopes Trovão”.


          Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, 1944. II Exposição Central de Trabalhos Escolares
          - Gráfica e Fotografia, 
          promovida pela Chefia da 1ª Região Escolar.

          (Phto Film Fluminense/Angra dos Reis - Acervo Marcelo Câmara)


           
          (Acervo Marcelo Câmara)



          (Acervo Marcelo Câmara)

          • A 22.7.1945, o Professor Universitário Marcondes Verçosa, intelectual mineiro de respeitabilidade nacional, visita Angra dos Reis e se reúne com o Técnico de Educação, Doutor Câmara Torres. Na pauta, temas e questões locais e regionais da Educação e da Cultura. 


          O Professor Marcondes Verçosa, ao centro, de terno escuro, visita Angra  e é recepcionado
          pelo Técnico de Educação, Doutor Câmara Torres, à extrema esq., de branco.

          (Acervo Marcelo Câmara)

          • A 23.7.1947, Câmara Torres recebe carta do Prefeito Municipal de Angra dos Reis, Jonas Bahiense Lyra, comunicando que o Técnico de Educação fora escolhido para integrar a Comissão Municipal de Preços e Abastecimento.
          • Na noite de 1º.8.1947, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, Câmara Torres, como membro da Comissão Municipal de Preços e Abastecimentos, participa da reunião da entidade que deu posse a novos membros do colegiado e discutiu “o problema do pão.


          Desfile Escolar no centro de Angra dos Reis, no Dia da Pátria de 1949. O Técnico de Educação,
          Professor Câmara Torres, tudo planejava e coordenava para que a festa cívica reunisse
          todos os estudantes do Município. 

          (Acervo Marlo Câmara)




          Bracuí, Distrito de Angra dos Reis. No Sete de Setembro, em 1949, na escola rural, também, havia desfile, festa e confraternização. História, Civismo, Educação e Cultura.

          (Acervo  Marcelo Câmara)



          Em Angra dos Reis, em 1949, as bicicletas decoradas foram a novidade no desfile cívico
          do Sete de Setembro, do Grupo Escolar Lopes Trovão, organizado pelo Prof. Câmara Torres.

          (Acervo Marcelo Câmara)



          A ilustre professora Cordélia Josephina de Magalhães Pahl, diretora do antigo
          "Grupo Escolar de Mangarabiba", envia ao seu chefe 
          e amigo, o Técnico de Educação,
          José Augusto da Câmara Torres, 
          um registro do desfile do Dia da Pátria de 1946 naquele Município.

          (Acervo Marcelo Câmara)

          • A 3.4.1949, o Doutor Câmara Torres faz elevado discurso, em Mangaratiba, na cerimônia de inauguração do hospital do Município, na presença do Governador Edmundo de Macedo Soares e Silva, do Prefeito Victor Breves, dezenas de autoridades estaduais e municipais, e povo mangaratibano. Na sua fala, narra a longa luta, corajosa, árdua e vitoriosa, de Victor Breves, pela construção do nosocômio, que contou com o apoio ininterrupto de Macedo Soares. Exaltou o trabalho do Prefeito que buscava o desenvolvimento de Mangaratiba em todos os setores, o bem--estar e a felicidade do seu povo, destacando os progressos no campo da saúde, no combate e erradicação da malária, e da educação, quando a sua contribuição como Técnico de Educação, transformada Mangaratiba em "o município mais escolarizado do Estado do Rio".
          • Em junho de 1950, o Secretário Estadual de Educação e Cultura assina Portaria designando a Profa. Luiza Erundina da Silva Alves, para substituir o Titular na Chefia da Inspetoria da 1ª Região Escolar, com sede em Angra dos Reis, o Técnico de Educação, Prof. José Augusto da Câmara Torres, em virtude de férias a este deferidas.
          • A 20.8.1950, quando se comemorava em Angra dos Reis, o centenário do grande orador sacro, o angrense Padre e Doutor Júlio Maria, o Técnico de Educação, Professor José Augusto da Câmara Torres, participa de todas as solenidades da Efeméride – a missa cantada na Matriz, a Sessão Solene Paço Municipal. Porém, no último evento da programação, o Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar, espontaneamente, conduziu centenas de alunos do Grupo Escolar Lopes Trovão, à herma do Padre Doutor Júlio Maria, onde oradores foram ouvidos, palmas e coroas de flores foram depositadas no monumento. Como convidado, vindo do Rio de Janeiro, também em todos os atos presentes, esteve o pensador católico Alceu do Amoroso Lima (Tristão de Athayde), professor de Câmara Torres e seu companheiro de lides religiosas e políticas na juventude do Técnico de Educação.
          • A 27.9.1950, Câmara Torres se licencia, sem vencimentos, por quarenta dias do cargo de Técnico de Educação, para se dedicar à campanha de sua primeira candidatura a Deputado Estadual pelo PSP, nas eleições daquele ano, após deixar o PSD. Obtém 1261 votos, não sendo eleito por ter deixado de receber uma centena de votos. Câmara Torres funda o PSP em Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba.


          Grupo de professoras de Rio Claro por volta de 1945.

          (Acervo Marcelo Câmara)

          • Em julho de 1951, visita Angra dos Reis, o Secretário de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Doutor José de Moura e Silva. O Técnico de Educação e Chefe da 1ª Região Escolar, Professor José Augusto da Câmara Torres, recepciona o médico e professor numa concorrida cerimônia, é o orador oficial que o saúda, em nome do Município, em longo e rico discurso. Nele, presta conta da sua administração, apresenta os números e o notável progresso do Ensino Público na Região, a abertura das escolas, até então fechadas, a construção de novas unidades, o desenvolvimento da Educação em Angra, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba, que vinha recebendo o decisivo e eficiente apoio do Secretário, o primeiro a visitar Angra dos Reis nos últimos dez anos. Em seguida, Câmara Torres acompanha o Doutor José de Moura e Silva, na sua visita a Paraty. Na cidade histórica, aos dois educadores foi oferecido um almoço na residência da Diretora do Grupo Escolar Samuel Costa.
          • A 18.8.1951, o Técnico de Educação, Professor José Augusto da Câmara Torres, é uma das personalidades que recepciona o Deputado Federal, Miguel Couto Filho (PSD-RJ), quando este vai a Angra dos Reis inaugurar vários melhoramentos no Ambulatório dos Pescadores do Município, mantido pelo Ministério da Agricultura, graças  verba obtida pelo Parlamentar junto ao Governo Federal.


          A  2.3.1951, iniciou-se a derrubada irracional das centenárias palmeiras
          na rua lateral ao Grupo Escolar Lopes Trovão.

          (Acervo Marcelo Câmara)

          • Em junho de 1952, o Técnico de Educação, Professor José Augusto da Câmara Torres, tem o seu trabalho enaltecido pelo empresário e líder religioso, italiano nato, Professor José Cambareri, que, após receber a nacionalidade brasileira, é homenageado em Angra dos Reis, pelas suas iniciativas na Região, especialmente em Paraty, nas áreas de agropecuária, agroindústria, transporte e energia. Disse o Professor Cambareri: “Buscando, também, fazer as novas gerações  palmilharem o caminho da instrução e do progresso, conseguimos, com o concurso generoso desse extraordinário educador e Inspetor de Ensino, que é o Doutor Câmara Torres, abrir três escolas primárias em Graúna, Barra Grande e São Roque, proporcionando a mais de duzentas crianças os conhecimentos preliminares da língua brasileira”.
          • Nos meses de julho e agosto de.1952, o Técnico de Educação e Chefe da 1ª Região Escolar, Professor José Augusto da Câmara Torres, oficia aos Prefeitos e Câmaras de Vereadores dos Municípios de Angra dos Reis, Paraty, Itaverá (Rio Claro) e Mangaratiba, informando, com dados numéricos e estatísticos, o desenvolvimento do Ensino Público nesses municípios, desde o início da sua administração até aquela data. Todas as autoridades, em resposta a Câmara Torres, louvaram, entusiasticamente, o trabalho do educador, que propiciava progressos notáveis na Educação, sendo que as Câmaras de Rio Claro e Mangaratiba aprovaram Moção.e Voto de Louvor respectivamente, e por unanimidade, ao Técnico pela "eficientíssima" gestão à frente do planejamento e administração escolar na Região.  
          • Em dezembro de 1952, forma-se a primeira turma da Escola Normal de Angra dos Reis, da qual é Paraninfo, futura Escola Normal Everardo Beckhausen, que ele criou com o Professor Jair Travassos.

          Em 1952, o Governador Amaral Peixoto, ao centro de terno cinza,
          chega ao Grupo Escolar Lopes Trovão para uma visita.
          À esq., o Técnico de Educação, Professor Câmara Torres.

          (Acervo Marcelo Câmara)

          • Em 1953, o Governador Amaral Peixoto vai a Angra dos Reis, inaugurar a reforma de uma das alas do Grupo Escolar Lopes Trovão, unidade que ele inaugurou com Câmara Torres, oito anos antes, à época a maior e mais moderna escola pública do Extremo Sul Fluminense. A obra foi uma solicitação do Técnico de Educação, que a acompanhou passo a passo.


            Em 1953, o Governador Amaral Peixoto inaugura, ao lado de Câmara Torres, a reforma de uma das alas
            do Grupo Escolar 
            Lopes Trovão, unidade que ambos criaram oito anos antes. À extrema esquerda,
            o Deputado Federal Miguel Couto Filho, que, no final daquele ano, seria nomeado por Getúlio Vargas,
            o primeiro Ministro da Saúde do Brasil. E, no ano seguinte, eleito Governador do Estado do Rio de Janeiro. 

            (Acervo Marcelo Câmara)

            • A edição de 4.1.1953, do jornal carioca Diário de Notícias, publica carta do Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar do Estado do Rio de Janeiro, Doutor José Augusto da Câmara Torres, louvando a iniciativa do diário que lançava o Suplemento de Natal, dirigido ao público infantil e juvenil, que Câmara Torres considerou “uma publicação que, realmente, significa leitura sadia e educativa para a infância. Na carta, o Técnico de Educação refere-se a 1948, quando o Diário de Notícias “iniciou uma campanha patriótica contra a literatura infantil perniciosa”, tendo como consequência uma Circular da Inspetoria ao Professorado “dando orientação contra aquelas leituras que foram chamadas de fontes de infecção pública”. A Circular de Câmara Torres foi publicada, à época, pelo jornal, com comentários positivos. que tiveram ampla repercussão no meio educacional do Estado e da Cidade do Rio, então Distrito Federal. O Técnico aproveitou o seu louvor ao órgão de Imprensa para solicitar alguns exemplares do Suplemento de Natal, para distribuir entre “os melhores alunos de nossas escolas a fim de premiá-los no fim do ano letivo”. Acrescentou o Professor que o jornal prova que “é possível se dar boa leitura às crianças sem lançar mão de histórias de crimes que nada têm de moral ou de cívico que enriqueça a formação delas”.
            • A 23.3.1954, Câmara Torres promove, em Angra dos Reis, uma grande festa no Grupo Escolar Lopes Trovão, para celebrar os 108 anos do nascimento do maior dos republicanos, o ilustre angrense José Lopes da Silva Trovão O evento reúne centenas de pessoas, alunos, seus pais, professores, autoridades e povo em geral, quando o Técnico de Educação discursa, lendo o sua oração-ensaio, trabalho pioneiro que divulgou e editou em 1947, Lopes Trovão - Uma vida a serviço do povo. Na oportunidade, ele distribui uma reimpressão, também artesanal, do trabalho, feita em 1953. 


            No pátio interno do Grupo Escolar Lopes Trovão, em Angra dos Reis, a 23.3.1954,
            Câmara Torres promove a comemoração dos 108 anos de nascimento do grande republicano,
            patrono daquela escola. E fala para centenas de estudantes, professoras e cidadãos angrenses
            sobre a data, porque celebrar a vida e os feitos da ilustre personalidade,
            "O maior tribuno da nossa História Política".
            Na foto, Marcelo,  filho de Câmara Torres, é a criança menor, aos quatro anos, na primeira fila,
            de suspensórios, ao lado da bandeira nacional.

            (Acervo Marcelo Câmara)

            • A 9.8.1954, o Diretor de Ensino Médio, da Secretaria de Educação e Cultura, do Estado do Rio de Janeiro, Doutor Paulo de Almeida Campos, designa o Técnico de Educação Professor José Augusto da Câmara Torres “para o trabalho de inspeção permanente junto das seguintes Escolas Normais, sob regime de mandato: Everardo Backeuser, de Angra dos Reis; Nossa Senhora do Amparo, de Barra Mansa; Santa Ângela, de Resende; do Colégio Bittencourt Silva, de Niterói; do Colégio Anchieta, de Niterói” (Designação publicada na p. 10 do DOERJ, de 5.8.1954). E tudo foi cumprido pelo Professor Câmara Torres “com correção, zelo e eficiência”, de agosto de 1954 até a sua posse como Deputado Estadual a 31 de janeiro de 1955, quando se licenciou do cargo e função para assumir uma Cadeira de Deputado Estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Naquele período, enviou, regularmente, ao Diretor do Departamento de Ensino Médio, os respectivos e indispensáveis Questionários-Relatórios e cumpriu todas as disposições legais pertinentes. Com a instalação do Departamento de Ensino Médio, cujo primeiro Diretor foi o pedagogo, professor universitário e Técnico de Educação, Doutor Paulo de Almeida Campos, a criação e aplicação das instruções, normas, critérios, procedimentos e recomendações das inspeções quanto à organização, realização e desenvolvimento do ensino dos Cursos Ginasial, Normal, Científico e de Contabilidade, tornaram-se rotineiros, precisos, rígidos, aperfeiçoados dia a dia, através das experiências, estudos, pesquisas e debates entre os Técnicos de Educação, Professores e Gestores, pais e responsáveis, nas unidades de ensino, órgãos do governo e nos meios acadêmicos.
            • Na tarde de 12.10.1954, o Técnico de Educação Doutor José Augusto da Câmara Torres participa de uma reunião técnica, de trabalho, com o Diretor do Departamento de Ensino Médio, Paulo de Almeida Campos, no Instituto de Educação de Niterói.
            • Na noite de 16.12.1954, o Técnico de Educação Doutor José Augusto da Câmara Torres compareceu à inauguração da Exposição Regional de Trabalhos Escolares, no Grupo Escolar Lopes Trovão, em Angra dos Reis, organizada pela Inspetoria da 1ª Região Escolar. A Exposição, de periodicidade anual, já se tornara tradicional, pois fora criada por Câmara Torres em 1942, no seu primeiro ano à frente da Inspetoria.
            • Na noite de 18.12.1954, é homenageado e participa dos eventos de Formatura das Professorandas daquele ano, como “Inspetor do Ensino Normal do Estado do Rio de Janeiro”, do Ginásio e Escola Normal Sta. Ângela, de Resende, RJ.
            • A 15 de janeiro de 1955, o Técnico de Educação José Augusto da Câmara Torres comunicava, publicamente, que, a 23 daquele mês e ano, seria realizada, no Grupo Escolar Lopes Trovão, na cidade de Angra dos Reis, a prova de seleção das candidatas ao Curso Normal Rural de Cantagalo, RJ
            •  A 8.5.1955, o Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publica Portaria do Diretor de Ensino Médio, Professor Doutor Paulo de Almeida Campos, que, ao se afastar do cargo, apresenta ao Técnico de Educação as mais sinceras expressões de agradecimento à eficiente colaboração prestada durante a sua gestão, ao tempo que louva o “elevado espírito de compreensão e constante interesse pelo trabalho”.
            • A 22.9.1956, com a criação da Associação dos Técnicos de Educação e Inspetores de Ensino do Estado do Rio, durante o II Seminário Pedagógico do Estado do Rio, realizado em Paraíba do Sul, o professor José Augusto da Câmara Torres foi eleito para Conselho Deliberativo da novel instituição.


            Ginásio Caio Martins, Niterói, Rj. final dos anos 1950.
            Provas do Concurso de Ingresso ao Magistério Público 
            do Estado do Rio de Janeiro.

            (Acervo Marcelo Câmara)

            • A 14.3.1962, no Palácio do Ingá, o Governador Celso Peçanha deu posse ao Técnico de Educação e Deputado Câmara Torres, como Membro do Conselho Estadual de Educação, para um mandato de quatro anos, em cumprimento à Lei 5.044, de 7.3.1962, que enquadrou o Sistema Estadual de Ensino de acordo com o Art. 8º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
            • A 26.4.1962, convocado pelo Presidente do Conselho Estadual de Educação, Professor Ismael de Lima Coutinho, o Técnico de Educação, José Augusto da Câmara Torres comparece à Reunião do colegiado, do qual é Membro, na sede da União dos Professores Públicos no Estado – UPPE, a fim de “definir a amplitude dos programas em cada ciclo, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação do Estado do Rio de Janeiro.
            • Na tarde de 17.5.1962, o Membro do Conselho Estadual de Educação Doutor José Augusto da Câmara Torres participa de Reunião do Colegiado no Salão da Academia Fluminense de Letras. Na pauta, dois palpitantes assuntos para discussão e deliberação: Os currículos do Ensino Primário e Registro do Professor de Ensino Médio
            • A 26.6; 16 e 20.7; e 9.9 de 1962, o Técnico de Educação Doutor José Augusto da Câmara Torres comparece a quatro Reuniões do Conselho Estadual de Educação, no Salão da Academia Fluminense de Letras. Nas respectivas “Ordens do Dia”, amplas pautas de assuntos de competência do colegiado.
            • A 2 de janeiro de 1963, o Técnico de Educação, José Augusto da Câmara Torres, em Sessão do Conselho Estadual de Educação, emite o seu Parecer contrário à “contratação e entrada em exercício de Professores de Ensino Médio durante as férias escolares, por configurar-se ilegal e inoportuno”, aprovado por unanimidade.
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            Com o trabalho do Técnico de Educação Câmara Torres na Chefia da Primeira Região Escolar, a Educação Pública do Extremo Sul do Estado do Rio de Janeiro atingiu altos níveis de qualidade, excelência e eficácia.

            Sempre foi considerado, no País, um dos maiores conhecedores da problemática da Educação e apontado como “O grande realizador da Educação no Sul Fluminense”.

            Câmara Torres foi apontado, diversas vezes, por seus superiores, nos meios técnicos e científicos, acadêmicos e políticos, e pela Imprensa, como “o mais capacitado e brilhante profissional da Educação no Estado do Rio de Janeiro”.

            Após conhecer o trabalho de Câmara Torres na Educação, o antropólogo e educador,
            o Educador Darcy Ribeiro o qualificou como “O Anísio Teixeira do Extremo Sul Fluminense”.

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            FALAS, DISCURSOS, AULAS,
            PALESTRAS E CONFERÊNCIAS
            E PROMOÇÃO DE EVENTOS,
            DE 1942 A 1955,
            DOS 24 AOS 37 ANOS,
            NA CONDIÇÃO DE TÉCNICO DE EDUCAÇÃO
            EM ANGRA DOS REIS, EXTREMO SUL FLUMINENSE 
            E NITERÓI.


            ALGUNS REGISTROS

            (Abaixo não estão listadas as centenas de falas por ele escritas e lidas, mas não arquivadas, bem como aquelas feitas de improviso)

            Durante o período de doze anos, 1942 a 1954, que chefiou a 1ª Inspetoria Escolar, como Técnico de Educação, o Professor e Advogado, em quase todos os eventos e solenidades educacionais e socioculturais, ocorridos em Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba, da inauguração de uma escola a uma celebração cívica e histórica, nacional, estadual ou municipal, passando por fatos de relevância para as comunidades – sempre contaram com um pronunciamento de Câmara Torres. Desde que chegou a Angra, em 1942, tornou-se o Orador dos grandes eventos cívicos, sociais, econômicos e culturais, não apenas no ambiente educacional, pedagógico, das escolas, mas, também, no município, em toda a Região. Inteligente, culto, talentoso e hábil na arte da palavra escrita e da oratória, ele era convidado ou “escalado” para falar em quase todas as solenidades públicas e privadas. São incontáveis as suas orações na Região, desde que a ela chegou como Técnico de Educação até a sua partida, quando ainda advogava. 

            Interessante foi a elaboração e distribuição, logo que chegou a Angra, de um texto de apenas duas laudas e meia, no qual Câmara Torres faz uma síntese sobre o Município, com informações básicas sobre os seus aspectos históricos, político-administrativos, culturais, geográficos, vias de comunicação, serviços públicos, Imprensa, Turismo, etc. Naquela primeira metade da década de 1940, raras eram as publicações sobre Angra dos Reis. O Técnico de Educação não assinou o trabalho. Apenas o marcou com um carimbo: “Departamento de Educação – 1ª Região Escolar – Angra dos Reis”, multiplicou-o em centenas de cópias mimeografadas e distribuiu nas escolas e unidades públicas do Município.

            Destacam-se, entre os seus discursos e orações, como Técnico de Educação, de 1942 a 1955, no Extremo Sul Fluminense, as seguintes falas:
            • 54º aniversário de promulgação da Lei Áurea. Culta oração, de caráter histórico, cívico e educativo, quando tomam posse os novos membros da Caixa Escolar de Angra dos Reis. Trata de Angra, seu passado e presente; da contribuição do Negro à Nação; da Abolição da Escravatura; da República que teve no angrense Lopes Trovão a suprema voz e guerrilheiro; e da Educação, como principal processo civilizatório, de formação da Cidadania e forjadora indispensável do  futuro de paz e desenvolvimento para Angra dos Reis e Região. 13.5.1942.
            • Discurso que deu posse aos primeiros Membros da Diretoria da Caixa Escolar de Mangaratiba. 12.7.1942.
            • A 7.9.1942, nesta data, e até 1954, foi o principal Orador no Dia da Pátria em Angra dos Reis, após o Desfile Escolar, planejado e organizado por ele, ao qual se juntaram contingentes de alunos da unidade escolar da Marinha de Guerra em Angra dos Reis: inicialmente da Escola de Grumetes Almirante Batista das Neves, e, a partir de 1949, do Colégio Naval.
            • Sentido de Luta. Eloquente discurso, saudando a Independência do Brasil, de caráter cívico, histórico, religioso, cultural e pedagógico, na Sede da Sociedade União dos Estivadores, em Angra dos Reis, por ocasião da Sessão Solene em Comemoração da Semana da Pátria. 7.9.1942.
            • Discurso de Apresentação de Dayl de Almeida, que proferiu conferência sobre Lopes Trovão, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, trabalho publicado pela Biblioteca Municipal Guilherme Briggs. 16.7.1942.
            • Dia da Árvore. Discurso de celebração aos estudantes, professores e autoridades de Angra dos Reis. Grupo Escolar Lopes Trovão, Angra dos Reis, RJ, 21.9.1942.
            • Discurso sobre o Centenário do Chafariz da Carioca. Oração de cunho histórico e cultural feita pelo Prof. Câmara Torres, Técnico de Educação e Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar.. Convidado pela Prefeitura Municipal, que organizou um extenso Programa, de 29 de novembro a 7 de dezembro, para registrar o Centenário do Chafariz da Carioca. O dia é dedicado ao Grupo Escolar Lopes Trovão, que ainda era localizado em um velho sobrado na Rua do Comércio. Realizou-se uma Hora de Arte e Canto Orfeônico, a cargo dos alunos – tudo planejado e coordenado por Câmara Torres. Na noite de 30.11.1942.

            1942. Quando assumiu, na cidade de Angra dos Rie,  a 1ª Região Escolar, o Técnico de Educação,
            Prof. José Augusto da Câmara Torres, 
            encontrou o Grupo Escolar Lopes Trovão funcionando, precariamente,
            num velho sobrado colonial, uma propriedade particular, alugado ao Estado, 
            na Rua do Comércio, no Centro da cidade.

            (Acervo Marcelo Câmara)

            • Os olhos verdes na Literatura. O Professor José Augusto da Câmara Torres é o protagonista no Programa do Centenário do Chafariz da Carioca, quando profere essa conferência-ensaio para autoridades, professores, estudantes e convidados, publicada, no mês seguinte, pela Biblioteca Pública Municipal Guilherme Briggs. A 4.12.1942, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, RJ. 
            • A Biblioteca no desenvolvimento da Educação e da Cultura, palestra-lição, na condição de Técnico de Educação e Chefe da 1ª Região Escolar, dentro de Projeto do Serviço de Difusão Cultural, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, na Escola Profissional Aurelino Leal, em Niterói, em 1943.
            • A Educação em Mangaratiba. Discurso proferido pelo Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar, Professor Câmara Torres, em Itacurussá, Distrito de Mangaratiba, por ocasião da visita do Interventor Amaral Peixoto, quando o Técnico de Educação solicitou, em nome da Comunidade, um Grupo Escolar a vila. E o Chefe do Executivo se comprometeu a construir um Grupo Escolar em Itacurussá. E o compromisso foi cumprido. Tarde de 28.12.1944.
            • Discurso na Inauguração da Biblioteca Codrato de Vilhena, na Escola do Bonfim, em Angra dos Reis, tratando da importância daquela unidade pedagógica para o desenvolvimento da Educação e Cultura da Comunidade. 1º.5.1945.
            • Discurso na Inauguração da Escola Estadual do Pontal, localizada na Fazenda do Pontal, 2º Distrito de Angra dos Reis, inicialmente com a abertura de matrícula para sessenta crianças, emocionante fala diante de autoridades e lideranças municipais, estudantes e comunidade. Manhã de 24.5.1945.
            • Discurso oficial na cerimônia de inauguração do Grupo Escolar Lopes Trovão. Após execução do Hino Nacional e estrondoso foguetório, na presença do Interventor Amaral Peixoto e grande comitiva, Prefeito Paula Lobo, Juiz de Direito Ary Fontenelle, Comandante e Vice Comandante da Escola Batista da Neves, autoridades federais, estaduais e municipais, líderes comunitários, centenas de estudantes, cidadãs e cidadãos, pronuncia a primeira e marcante fala do novel educandário público. A fala teve grande repercussão local, regional, em todo o Estado. Discorreu sobre o significado da unidade e a importância da Educação Pública para a cidade e Região, abrindo as comemorações de abertura da, então, “maior escola do Extremo Sul Fluminense”. Na edição da Folha de Angra, três dias depois, o Professor Jair Travassos, futuro fundador e diretor do Ginásio Angrense, saudou a obra como “O Palácio da Instrução”, e chamou Câmara Torres de “O Pestalozzi do Sul Fluminense”.1º.6.1945.
            • A Educação Pública na Terra de Lopes Trovão. História, Política, Educação, Desenvolvimento, Civismo, Cidadania. O Técnico de Educação e Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar, Doutor José Augusto da Câmara Torres, fez um histórico pronunciamento de recepção ao Governador Edmundo de Macedo Soares e Silva, na sua visita ao Grupo Escolar Lopes Trovão. Presentes ainda: Secretários de Estado, o Prefeito de Angra dos Reis, membros da Família de Lopes Trovão, autoridades civis, militares, religiosas, professores, estudantes e povo. No ano que precedia o Centenário do “grande publicista da História Política do Brasil”, Câmara Torres traçou um belíssimo retrato da “maior tribuna política, escrita e falada da pregação anterior a 1989 (...) um idealista puro que transformava multidões fascinadas em ponderáveis fatores de vitória”. Uma empolgante e emocionada oração em memória e honra “do maior dos gipoianos” e o seu protagonismo na Luta Republicana, na História do Brasil. 24.5.1947.


            Câmara Torres recepciona, em Angra dos Reis, o Governador Macedo Soares,
            diante dele de terno escuro, 
            com uma bela oração sobre a Educação Pública
            na Terra de Lopes Trovão, às vésperas do centenário de nascimento do maior dos republicanos.
            Atrás do orador, sua esposa, a Professora Gertrudes, e, ao seu  lado, 
            as duas filhas, Marta e Maria Tereza.

            (Acervo Marcelo Câmara)

            O Governador, antes de desembarcar na cidade de Angra dos Reis, visitou a casa da fazenda da Família de Lopes Trovão, na Ilha da Gipóia, exatamente no dia em que se completavam 99 anos e 2 meses de nascimento do ilustre republicano, descerrou uma placa comemorativa do Centenário do ilustre angrense às vésperas da Efeméride e inaugurou uma ampla e moderna escola para atender à infância da ilha, planejada e construída por Câmara Torres, em terras da Família de Lopes Trovão. Em seguida, esteve na Escola Almirante Batista das Neves (Escola de Grumetes) e, dali, foi participar de um churrasco no Distrito de Monsuaba, onde, antes, inaugurou a Ponte Raul Pompeia e assistiu a um grande desfile militar-escolar.


            Escola da Ilha da Gipóia, planejada e solicitada, em 1945, por Câmara Torres ao Governo do Estado,
            que a construiu sob o acompanhamento do Técnico de Educação. Este a equipou e designou professoras para que ela funcionasse no ano seguinte. Ficava "a dez passos da casa onde nasceu
            o maior tribuno da nossa história política" - escreveu o Doutor José  no verso desta foto.
            Dois anos depois, foi, oficialmente, inaugurada pelo Governador Macedo Soares,
            e, nela, fixada uma placa de bronze alusiva ao centenário de Lopes Trovão,
            que seria celebrado em 1948. A  escola ficava nas terras da fazenda, que pertenceu aos pais
             do ilustre angrense, que, bem antes de falecer em 1925, dividiu-a em onze glebas,  doadas por ele:
            uma para seus primos, dez para moradores, pescadores e lavradores da Ilha.
            Na década de 1950, Câmara Torres obteve do Governo do Estado o tombamento da casa
            onde Trovão nasceu. Infelizmente, a incúria e a irresponsabilidade sociopolítica e cultural
            dos sucessivos governos, aliadas ao turismo devastador, criminoso, não preservaram
            nem a casa do republicano, nem a escola que exibia a placa alusiva ao seu centenário.
            Hoje, em 2020, nem ruínas restam dos dois prédios.

             (Acervo Marcelo Câmara)

            • A Educação em Paraty: passado, presente e futuro. Discurso de grande impacto político, perante o Governador Edmundo de Macedo Soares e Silva, numa escola típica rural de Paraty, quando apresentou o quadro da realidade educacional do Município, a revolução que estava promovendo, as dificuldades que encontrou desde que chegou à Região cinco anos antes e que futuro, professores e governos, poderiam, juntos, construir. Agradeceu o apoio que estava recebendo do Cel. Macedo Soares para construir, instalar e lotar as escolas rurais e praianas em Paraty e solicitou recursos para erguer novas unidades, designar professoras formadas e mobiliar as existentes. O Governador fazia uma viagem de reconhecimento e inspeção a Paraty, seus problemas e o estudo das soluções, especialmente nas áreas das Comunicações, da Saúde, Pesca, Agricultura e da Educação. Neste setor, visitou as obras de construção do Grupo Escolar Samuel Costa, na sede do Município, que seria inaugurado um ano depois, em 1948. Setembro de 1947. 
            • A Criança, a Educação e a Pátria. Educação, Cultura, Política, Sociologia, Antropologia, Saúde Pública. Em Angra dos Reis, no Grupo Escolar Lopes Trovão, faz brilhante oração, pela síntese, conteúdo e forma, dirigido aos professores e alunos, por ocasião da Semana da Criança, evento que o Técnico de Educação promovia, a cada ano, em todas as escolas da 1ª Região Escolar. Oração pedagógica em defesa das crianças brasileiras, especialmente das desvalidas, sem alimentação, sem saúde, sem escola, sem futuro; contra o alto índice de mortalidade infantil, quando desapareciam cento e cinquenta em cada um mil nascidas, antes de completarem um ano de idade. Condena os flagelos da miséria, da doença e da ignorância. Distingue “a pobreza limpa e inteligente” da “pobreza miserável e ignorante”. Assevera: “A Pátria é o berço da criança; a criança é a Pátria nos berços”. Faz veemente crítica às políticas públicas, ausentes e insuficientes, e brada pela salvação da criança, a educação das mães antes do parto, as orientações de higiene, nutrição, puericultura, de saúde integral, a educação infantil (pré-primária) e primária, que cabem ao Estado. Destaca o papel múltiplo e indispensável do professor na sociedade, que “não deve ser apenas um alfabetizador, um agente de ensino do alfabeto, da escrita, da leitura”, mas um educador pela redenção da criança brasileira. 23.10.1947.
            • Dayl de Almeida. Discurso de apresentação do jovem professor, advogado, tribuno, que visitava Angra dos Reis a convite do amigo de juventude, de ginásio e faculdade, José Augusto. Nessa época, Dayl de Almeida era Assistente Jurídico da Presidência do Tribunal Superior do Trabalho. Fez uma conferência sobre temas da Cultura e da Política, no Plenário da Câmara Municipal. Presente à reunião o Prefeito Jonas Bahiense Lyra. 1947.
            • Dia do Marinheiro. Discurso comemorativo da data, na Escola Almirante Batista das Neves, Escola de Grumetes, em Angra dos Reis, em dezembro de 1947.
            • Discurso em Homenagem ao Juiz de Direito de Angra dos Reis, Ary Penna Fontenelle,  em nome da classe dos advogados, prestada por seus amigos e admiradores. 21.4.1948.
            • Discurso Oficial de Inauguração do Grupo Escolar Fagundes Varela, na Cidade de Rio Claro (à época, Itaverá), na condição de Técnico de Educação e Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar, presentes o Governador Edmundo de Macedo Soares e Silva, autoridades estaduais e municipais, professores, alunos e povo em geral. A unidade foi solicitada ao Governo do Estado e planejada por Câmara Torres, e sua construção teve a sua administração e acompanhamento. Na sua oração. o Doutor Câmara Torres trata um belo perfil do poeta Fagundes Varela, filho de Rio Claro, que deu nome à escola. E mostra o lugar e a importância de Varela na Literatura e na Cultura Brasileira e porque os seus patrícios devem se orgulhar do maior dos românticos, do Poeta do Amor, da Natureza e de Deus. 19.6.1948.


            Na inauguração do Grupo Escolar Fagundes Varela, de Rio Claro, em junho de 1948,
            o jovem e revolucionário Câmara Torres, Chefe da Inspetoria da 1ª Região, caminha, de terno cinza,
            na extrema esquerda da Comitiva do Governador Macedo Soares, que vai à frente, ao centro.

            (Acervo Marcelo Câmara)

            • Apresentação da Noite de Arte, promovido pelo Professor Câmara Torres, em benefício da Caixa Escolar de Angra dos Reis, da “consagrada soprano dramático Guiomar Franco”, interpretando peças eruditas e populares (brasileiras italianas, francesas e trechos líricos), acompanhada pela própria cantora ao piano, no Grupo Escolar Lopes Trovão, com a participação da Professora Jacíra de Castro, que declamou poemas de Olegário Mariano. Noite de 19.7.1948.
            • Discurso de Saudação ao Governador Cel. Edmundo de Macedo Soares e Silva. Educação e Política e comitiva, quando de visita a Muriqui, Distrito de Mangaratiba, em nome do Prefeito Vitor Breves, ao visitar, oficialmente, o Município. Educação e Política. Manhã de 17.11.1948.
            • O Escotismo, a Educação e a República. Discurso pronunciado em Angra dos Reis no segundo aniversário da Associação dos Escoteiros do Mar Almirante Brasil, daquele Município, no 102º ano de nascimento do gipoiano Lopes Trovão. Angra dos Reis, 23.5.1949.
            • Discurso na Inauguração do Grupo Escolar Samuel Costa, primorosa peça literária, sobre Educação, Cultura e História Política, dita em Paraty, diante do Governador Macedo Soares, autoridades estaduais e municipais, professores, estudantes, cidadãs e cidadãos, traçando o primeiro perfil biográfico do ilustre paratyense, cujo nome foi dado por ele à nova unidade. Manhã de 18.11.1948.
            • Discurso na Inauguração da Escola da Japuíba, Angra dos Reis. Orador oficial da cerimônia, que contou com a presença do Governador Macedo Soares e do Prefeito Antônio José da Silva Jordão. Conforme afirmou em sua oração, a unidade, ampla, funcional, arquitetonicamente moderna, era um sonho antigo dos moradores do Distrito mais próximo da cidade, solicitada, por anos, pela Chefia da 1ª Região Escolar. Foi construída com recursos da União, do Estado e do Município. A maior parte deles, federais, dentro do Plano Educacional do Governo Eurico Gaspar Dutra, que pretendia, reduzir o déficit escolar rural no País, que apresentava trinta por cento da população habitando as cidades, e setenta por cento, o campo, quando, nas áreas rurais, 3 milhões de crianças estavam fora da escola, e, nas urbanas, 300 mil. O Plano pretendia ver construídas ou contratadas, ao final final do mandato do General, 6.160 escolas rurais no País, iguais àquela da  Japuíba, e mais duas centenas de grupos escolares e cinquenta escolas normais rurais, para formação de professores. Câmara Torres fez um agradecimento especial aos irmãos Frei João Maria Moreira e Manoel Esteves Moreira, de família tradicional de lavradores japuibenses, que doaram o terreno para a construção da escola. Angra dos Reis, 30.9.1949. 
            • Oração de Paraninfo da primeira turma da Escola Normal do Ginásio AngrenseEducação, Magistério, Cultura. O Doutor e Professor José Augusto da Câmara Torres pronuncia uma erudita e sábia, com brilhantes interpretações e lições de Filosofia, Pedagogia, Psicologia, bem como sobre a vocação, a arte e o ofício do Magistério, eternizada nos olhos, nas mentes e nos corações daquelas jovens formandas e do público, dos que tiveram o privilégio de ouvir aquela evocação à nobre missão de ensinar e educar. Noite de 24.1.1953.
            • Discurso principal na solenidade de inauguração do novo edifício do Grupo Escolar Cel. Moreira da Silva, no Centro da Cidade de Mangaratiba, diante do Governador Amaral Peixoto, autoridades estaduais e municipais, professorado, estudantes e povo em geral, comemorando o 122º aniversário da independência política do Município. Manhã de 11.11.1953.
            • A Educação em Angra dos Reis. Conferência pronunciada no 1º Fórum de Angra dos Reis – Problemas do Povo debatidos pelo Povo, seguida de debates entre autoridades, técnicos e cidadãos participantes. Angra dos Reis, RJ, início de 1960.
            • O Sistema de Educação de Angra dos Reis. Educação, Política e Desenvolvimento Rural. Na abertura da II Conferência Rural Fluminense – Encontro Rural de Angra dos Reis, evento realizado na Associação Rural de Angra dos Reis, a 10 de junho de 1960.
            • João Pedro II. Perfil biográfico. Homenagem. Discurso de inauguração da Escola Municipal João Pedro de Almeida, no Distrito do Camorim Grande, Angra dos Reis. Década de 1980.
            • Sylvio Galindo. Perfil biográfico. Homenagem. Discurso de inauguração da Escola Municipal Professor Sylvio de Castro Galindo no Distrito do Camorim, Angra dos Reis, RJ, a 11.5.1985.
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            Após servir ao Departamento de Ensino Médio da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, no final de 1954 e início do ano seguinte, licenciou-se como Técnico de Educação, de 1955 a 1962, no cumprimento de dois mandatos de Deputado Estadual à Assembleia Legislativa. Em novembro de 1962, o Professor e Técnico de Educação, José Augusto da Câmara Torres, servidor concursado e efetivo da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro, foi nomeado Consultor Técnico de Educação. De 1962 a 1966, cumulativamente ao trabalho de Deputado, foi Membro do Conselho Estadual de Educação. A 30 de março de 1967, após 25 anos de exercício como Servidor Público, é aposentado como Consultor Técnico de Educação do Estado do Rio de Janeiro.
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            O que pensava o Educador e Político
            José Augusto da CÂMARA TORRES:

            Somente pelo Ensino Público básico, sólido, de qualidade, universal e gratuito, eficiente e eficaz, com professoras bem formadas e bem remuneradas, utilizando pedagogia e didática adequadas, em escolas próprias, funcionalmente construídas e bem equipadas, é que toda esta Região – Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba – poderá se libertar, sair das trevas do analfabetismo, do isolamento, da doença, da pobreza e do atraso, se integrar definitivamente ao Estado do Rio de Janeiro e aspirar ao desenvolvimento socioeconômico e cultural. Para isto é preciso idealismo, estudo, trabalho, dedicação, união e solidariedade, humildade e coragem para criar, mudar e construir. É o que peço e espero de todos desta terra, que me ajudem nessa missão.”
            (1942)

            Cada escola, urbana e rural, é um núcleo de convergência de causas e interesses da infância, dos jovens, das famílias. Cada grade curricular, cada disciplina, deve respeitar e compreender os valores e a história de cada um, o lugar onde está a Escola, se adaptar à Cultura onde ela vive. A Família e o Lar, a Escola e a Sociedade, forjam e reproduzem a Cultura. A Escola deve funcionar como um centro de ideias, de saberes, de debates, de convivência da criança e da comunidade. Na escola, o aluno cresce em saber, aprende sobre a vida e o mundo, forma a personalidade e o caráter, evolui como ser humano, indivíduo social e político, orgulhoso da sua origem, das suas tradições. Avista o futuro. A boa e verdadeira escola tem a finalidade de instruir e formar, educar plenamente, para que as crianças e jovens se tornem cidadãs e cidadãos, retos, honrados, dignos, livres para viver vocações, fazer e dirigir os seus próprios destinos, iluminar e trilhar caminhos. E conquistar, pelo mérito, os prêmios do Estudo, do Amor e do Trabalho.”
            (1954)


            O Técnico de Educação e Advogado,
            Professor José Augusto da Câmara Torres,  no início dos anos 1950.

            (Acervo Marcelo Câmara)

            O Professor não é apenas um profissional que ensina, o agente da instrução, um veículo transmissor de conhecimentos, um informante. O trabalho do professor é libertário, emancipador, agregador. É mais que um serviço: é uma missão civilizatória, fecunda, eterna, edificante, na vida de cada um de nós. E, por causa disto, a Sociedade e o Estado devem valorizar, ao máximo, o trabalho do Professor. A ele devem ser dadas as melhores condições e instrumentos para atuar e se aperfeiçoar, liberdade para pensar, agir e ensinar, ser, dignamente, respeitado e recompensado, com justiça, pelas suas jornadas de fé, doação, trabalho e luta.”
            (1968)

            A Educação liberta e salva. Além de introduzir a criança na civilização letrada, é a Escola, junto com o Lar e a Família, que orienta e ajuda a desenvolvê-la, social e culturalmente, estimulando a sua inteligência e criatividade, provocando o seu olhar e o seu senso crítico, diante da vida e do mundo. Na Escola, a criança começa a se socializar e ingressa, ainda, no mundo do lúdico, do brincar, do exercício físico e do esporte, atividades vitais para toda a sua vida. A Escola oferece e explica até a idade adulta, os valores e categorias fundamentais da Ética, da Vida Social, da Política, da Cultura, em todas as suas dimensões, formas e realidades. E será na Escola e com a Escola, que o Homem conhecerá o respeito humano que engrandece, a amizade que anima, a solidariedade que soma, a fraternidade que individualiza, distingue e fortalece. Será a Escola que despertará vocações, realizando-as no trabalho, na sociedade e na vida, e formará, da alfabetização à universidade, mulheres e homens sadios, educados na sabedoria, na liberdade, na democracia e na justiça.”
            (1980)

            Minha vida foi toda tecida no estudo, no trabalho, na solidariedade, no serviço. No serviço ao outro, aos outros, a tantos, pessoas e comunidades, que me pediram a mão, uma palavra, uma atenção, uma atitude, uma obra, nos meus limites de pessoa imperfeita, falível. Fossem eles – comunidades ou indivíduos – amigos, adversários, companheiros, desconhecidos. O sentido que tomei na existência foi o de criar, contribuir e construir. É certo que errei, perdi batalhas, pequei. Pouco fiz para mim, é verdade. Deveria ter dado mais aos meus, à minha família – criticam alguns. Porém, durante o tempo que representava e assistia uma coletividade ou quando ajudava alguém que de mim necessitasse – sempre acreditei, e acredito, – que estava fazendo também aos meus filhos e netos, elevando-os, dignificando-os. Não amealhei nem deixarei riqueza. Mas, certamente, um legado de honradez, honestidade, de coerência e lutas, será recebido pelos que sobrevivam a este modesto e frágil filho de Deus, que buscou apenas o Bem e o Justo.”
            (1997)
            ________________________________________

            SOBRE O EDUCADOR CÂMARA TORRES


            ALGUNS REGISTROS

            O Pestalozzi do Sul Fluminense
            Jair Travassos, em 1945.
            Professor, fundador, com Câmara Torres, do Ginásio Angrense e da Escola Normal Everardo Bakenhauser, então diretor dessas duas instituições, e Professor do Colégio Naval, todas unidades de ensino em Angra dos Reis, quando da inauguração do Grupo Escolar Lopes Trovão, a maior e mais moderna escola pública da Região.

            O Anísio Teixeira do Extremo Sul Fluminense
            Darcy Ribeiro, em 1991.
            Sociólogo, antropólogo, educador, professor universitário, ex-Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, então Senador da República, durante a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em Brasília, DF.


            A 15.4.1993, na Academia Brasileira de Letras, Marcelo Câmara promove o encontro do pai,
            Câmara Torres, com Darcy Ribeiro, 
            na solenidade da posse do antropólogo e educador
            na Cadeira de Fagundes Varela.

            (Acervo Marcelo Câmara)

            Aqui, (no Estado do Rio de Janeiro) se devotou à causa da educação, que tanto lhe deve pela competência, pela seriedade, pelo idealismo. E intelectual de fecunda sensibilidade. Como político, prestou relevantíssimos serviços à região de Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba: é exemplo de honradez, trabalho e lealdade."
            Paulo de Almeida Campos, em 1987
            Pedagogo, professor universitário e Técnico de Educação, membro destacado da equipe de Darcy Ribeiro no Ministério da Educação e Cultura e na criação e, depois, da Fundação Universidade de Brasília – UnB

            De formação religiosa, e digno, inteligente e trabalhador. Cedo voltou-se para o estudo do maior dos nossos problemas – a Educação Popular – convencido de que é daqui que parte a solução para todos os outros. No Sui Fluminense exerceu, com uma probidade exemplar e notável proficiência, as funções de Técnico de Educação.
            Rubens Falcão, em 1987.
            Técnico de Educação, pedagogo, crítico literário, folclorista, escritor, Executivo e ex-Secretário Estadual de Educação e Cultura do RJ.

            "Poucos fluminenses podem apresentar tantos e tão bons serviços à sua terra quanta o potiguar José Augusto da Câmara Torres. Fez-se professor e advogado, exercendo as duas profissões com zelo, probidade e eficiência. Ao Magistério, entretanto, serviu com idealismo incomum. No Sul do Estado, melhorou o nível de ensino primário, implantou o ensino secundário, e de formação profissional de professoras em articulacão com a iniciativa particular, visando tão –somente ao progresso da região. Desempenhou mandatos de deputado com operosidade, modestia e, sobretudo, estreito relacionamento com seu eleitorado. Aproveitou-os para ampliar as oportunidades de ensino na região em que iniciara a sua carreira. Quando se escrever a Historia da Educação no Estado, Câmara Torres e a sua Tudinha, companheira laboriosa de todos os empreendimentos e todos os segundos, não serão nela uma simples referência; fazem jus a um rico capítulo à parte.
            Renato Barbosa Fernandes, em 1987.
            Pedagogo, professor universitário, Técnico de Educação.

            "O Doutor Câmara Torres foi a luz na Educação dos angrenses, possibilitando a existência de uma comunidade angrense."
            José Luiz Ribeiro Reseck, em 1987.
            Engenheiro Civil, então Prefeito Municipal de Angra dos Reis, RJ (1985-8), o primeiro escolhido
            pelo voto popular, após a volta das eleições diretas no Município.

            "Câmara Torres é um brilhante educador, solidário e amigo. Sua peregrinação alcançou fatos positivos para o Sul Fluminense e Paraty o tem como um dos seus maiores e incansáveis missionários pelo bem social"
            Edson Dídimo Lacerda, em 1987.
            Empresário, Prefeito Municipal de Paraty, RJ, por três mandatos, nas décadas de 1970, 1980 e 1990.

            "O Doutor Câmara Torres foi um Educador, um Homem Público, a quem Rio Claro muito deve em todas as áreas da vida do Município, especialmente na Educação. A partir da década de 1940, como Técnico de Educação, mudou mentalidades, nos ensinou  a aprender e a pensar criticamente, com os olhos no futuro. Indicou os nossos caminhos. Construiu, equipou e modernizou toda a rede pública de Ensino Básico do Município e criou os cursos de nível médio. Enquanto foi Chefe da Inspetoria da 1ª Região Escolar, não havia localidade sem escola, nem escola sem professora, sem aulas. Depois, como nosso representante na Assembleia Legislativa, por quatro mandatos sucessivos, continuou a ser "o deputado da Educação", do Ensino Público de qualidade, universal e gratuito. Um Educador e um Político, cujo cotidiano era trabalhar, trabalhar e servir. Sempre. Com correção e lealdade."
            Sidney Panaino, em 2020.
            Servidor Público, aposentado. Exerceu seis mandatos de Vereador na Câmara Municipal de Rio Claro, RJ.

            "Conheci Câmara Torres, quando fui com um amigo, o prefeito Edison Dumas, de Mangaratiba, à sua posse na Academia Valenciana de Letras. Ouvi, com grande atenção, o seu discurso, rico de informações sobre sua dedicação à vida pública e pela Educação. Depois tive com ele vários contatos, em Mangaratiba, onde costumava vir prestigiar as autoridades locais e principalmente os integrantes do magistério público e privado. Câmara Torres era um apaixonado pela região de Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba, hoje denominada Costa Verde, à qual dedicava uma atenção especial e pela qual lutou como homem público, conseguindo, como Deputado, várias obras. No entanto, para mim, a sua importância maior era como ser humano, preocupado em ajudar todos os que o procurava com algum pedido, na área em que ele atuava, não só na Educação e na Saúde, conseguindo recursos para atender às escolas e instituições de Saúde, como o Hospital de Mangaratiba. Além disso era também um estudioso da Cultura da região, do Folclore local, sobre o qual escreveu, como já li. Por isso presto-lhe minhas homenagens sinceras, como escritor e ex-prefeito de Mangaratiba que lhe ficou muito a dever."
            Emil de Castro, em 2020.
            Professor, poeta, historiador, ex-Prefeito de Mangaratiba, RJ, 1989-92.

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            No setor da Educação,
            nos âmbitos estadual e federal,
            entre os amigos e interlocutores do Consultor Técnico de Educação,
            Doutor e Professor José Augusto da Câmara Torres,
            estavam (por ordem alfabética):



            Jair Natalino Espindola Travassos, professor e pedagogo,
            lecionou no Colégio Naval, de Angra dos Reis, e, com Câmara Torres,
            criou os Cursos Ginasial e Normal (de Formação de Professores) no Município.
            Ele foi um dos maiores amigos 
            e um dos principais interlocutores
            do Consultor Técnico de Educação.

            (Acervo Marcelo Câmara)


             Muylaert, Amaury Pereira Muniz, Antônio de Barros Neto; Antônio José Novaes Jordão, Dayl de Almeida; Durval Baptista Fernandes; Emil de Castro; Fernanda Barcelos; Francisco Portugal Neves; Hélio da Rocha Pitta, Ismael de Lima Coutinho, Jacy Montenegro Magalhães, Jair Natalino Espindola Travassos, José Antônio Maia Vinagre, José Edson Pereira, Luís da Câmara Cascudo; Luiz Gonzaga Malheiros, Margarida Thompson, Mário Moura Brasil do Amaral, Odovaldo Vasques, Paulo de Almeida Campos, Pe. Antônio Lages, Pe. Emílio Miotti, Raul Stein de Almeida, Renato Barbosa Fernandes, Rubens Falcão, Silvio de Castro Galindo, Violeta Campofiorito Saldanha da Gama – entre outros.
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